Os dispositivos eletrônicos para fumar (DEFs), também chamados de cigarros eletrônicos, estão se tornando um importante problema de saúde recentemente, com a onda de novos dispositivos, que apesar de terem a comercialização proibida no Brasil, são vendidos facilmente principalmente no comércio virtual, e estão cada vez mais comuns especialmente entre os jovens.
É muito importante conhecer bem do que se tratam esses novos dispositivos para fumar, o que eles contêm na sua fumaça, e quais os riscos podem causar à saúde, para não cair na armadilha que eles são seguros e livre de vício!
Vamos responder a duas perguntas que frequentemente ouço de pacientes e de pessoas próximas:
Cigarro eletrônico faz mal?
Sim! Cigarro eletrônico é cigarro! Veja como ele pode causar mal:
Sabe-se que a composição do vapor do cigarro eletrônico contém:
· Nicotina (altamente viciante e com efeitos importantes no cérebro, como alteração de memória e raciocínio, principalmente nos mais jovens) em doses variáveis
· Vapor de solventes como o propilenoglicol e o glicerol, que podem induzir irritação das vias aéreas, tosse, secreção, e induzir asma.
· Flavorizantes em vapor (substâncias usadas para dar gosto e cheiro ao vapor), que são liberados para o consumo, mas não para inalação e podem causar diversos problemas às vias respiratórias como irritação, indução de crises de asma, tosse e secreção.
· Metais pesados, benzeno e acetaldeídos, que tem o potencial de desenvolver o câncer (de pulmão e de bexiga por exemplo), linfoma, leucemia e a fibrose pulmonar.
Diga não ao cigarro eletrônico! Ele é a maneira que a indústria tabágica está encontrando para normalizar novamente o uso do cigarro. E está criando uma nova onda de pessoas viciadas em nicotina, principalmente entre os mais jovens. É como eu sempre digo: os pulmões foram feitos para receber AR! Qualquer coisa diferente disso pode ser prejudicial.
Cigarro eletrônico vicia?
Vicia, e pode viciar até mais que o cigarro comum.
Sabemos que o cigarro eletrônico contém nicotina em quantidades variáveis, dependendo do fabricante.
Os cigarros eletrônicos, ou vapers de 4a geração apresentam concentrações de nicotina até maiores que o cigarro comum. Um pod, ou cartucho de recarga normalmente equivale a fumar 1 maço de cigarro comum, em quantidade de nicotina!
Além disso, os fabricantes adicionam produtos para tornar o pico de ação da nicotina ainda mais rápido que o do cigarro normal, ou seja, MAIS VICIANTE!
Outro fato que talvez você não saiba: a abstinência costuma ser ainda pior que a do cigarro convencional, já que a nicotina em altas concentrações e de ação muito rápida tende a piorar a abstinência.
A nicotina pode causal alterações irreversíveis no cérebro ainda em maturação de pessoas muito jovens - pré adolescentes e adolescentes - como a redução da concentração, do raciocínio e da memória.
Não caiam nessa armadilha. Cigarro eletrônico não é vapor, não é melhor que cigarro comum e não é livre de vício.
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